O Retorno dos Bichos
Já estamos em junho, mês das festas juninas, mas desta feita não vou falar sobre quermesses e nem busca-pés. Quem me conhece, sabe que tenho um carinho muito especial pelos bichos. Sempre gostei dos animais, mas confesso que comecei a admirá-los mais e mais, com as lições que aprendi com minha filha, que sempre foi aficionada por eles, isso desde que se conheceu como gente e que hoje é uma renomada e dedicada veterinária.
Então vou retomar alguns artigos, falando sobre eles e que fazem parte de meu livro Vivendo Melhor – Dito, Redito e Pouco Aprendido. Aprendi, desde criança, a observá-los e a estudar os seus comportamentos e, pasmem o quanto eles podem nos ensinar; isto é tão verídico que selecionei alguns temas, tais como experiências ou metáforas, envolvendo diferentes tipos de bichos. Pois bem, vamos iniciar com uma teoria que veio demonstrar na prática, a aplicação do Inconsciente Coletivo, de Carl G. Jung.
– Por favor, Claudinei, quando você começa a falar de bichos a ‘coisa pega’; então, para de enrolar e vamos à explicação deste tal de inconsciente do Jung.
– Ok, meu amigo, fazia tempo que você não se manifestava, mas fico feliz em saber que você continua nos acompanhando. Então vamos lá:
“Em 1952, um grupo de antropólogos estudava o comportamento de uma espécie de macaco em seu ambiente natural em uma ilha do Pacifico, pertencente ao arquipélago japonês, o qual é constituído por mais de três mil ilhas. A experiência constituía em jogar batatas-doces na praia, alimento que eles desconheciam, para estudar o seu comportamento mediante este novo cardápio.
O ‘prato’ agradou, mas, foi logo desaprovado devido à quantidade de areia que impregnava as batatas, até que uma jovem fêmea desenterrou uma e a lavou num riacho próximo, após o que se deliciou. Vendo isso, os demais macacos, pouco a pouco, foram imitando a jovem fêmea e no momento em que, se supõe, 100 macacos estavam adotando este procedimento, simultaneamente em todas as demais ilhas do arquipélago, sem possuir nenhum meio de comunicação entre elas, todos os macacos passaram a desenterrar e a comer batatas-doces. Daí o nome de Teoria dos 100 macacos.
– Poxa, Claudinei! Que interessante! Mas, e daí?
– E daí, podemos concluir que o processo de mudança de comportamento de um grupo certamente se inicia com a atitude de mudança de um indivíduo e que, no meio de um grupo, perdemos a nossa individualidade e passamos a ter um comportamento que dificilmente teríamos isoladamente.
Tenha muito cuidado com as palavras que pronunciar a exemplo de recessão, inflação, ou mesmo quando for xingar alguém, pois, a partir do momento que 100 pessoas começarem a acreditar, a realidade começa a mudar.
– É, Claudinei, que sorte que para nós que a batata já vem lavada.
– É, meu amigo, nada como os bichos para nos ensinar!
Um forte abraço e boa leitura.
Claudinei Luiz
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